domingo, 2 de março de 2008

O Dia Seguinte...

Hoje é domingo. Inevitável a lembrança do dia seguinte. Segunda-feira... Que tem demais? Segundo dia da semana (claro, domingo é o primeiro), este dia ficou estigmatizado na sociedade humana. É o dia de retorno ao trabalho, a volta de um domingo de descanso, o reinício da batalha cotidiana...

Segundo estudo realizado no mercado financeiro pela Fundação Getúlio Vargas, até o pregão da Bolsa de Valores sofre nesse dia, em média, com um índice de ganhos 0,7% menor que os demais dias da semana. E esse índice é semelhante em outros países.

Mas há outras considerações a se fazer sobre essa questão. Primeiro, o foco do ser humano, sempre curto, enxergando um dia como outro qualquer como vilão. Ora, o tempo terreno é feito de ciclos e a vida humana, idem. É preciso aprender a recomeçar. Isso se chama oportunidade, não sacrifício.

Também, vale o registro da tendência ao ócio. Culturalmente, aprendemos que o paraíso é um mar de ociosidade, prêmio para os ‘bons’, que passarão a eternidade tocando harpa e trocando idéias com anjos gordinhos, especialistas na arte de não fazer nada. Balela! O trabalho é bênção. O que seria do homem sem ocupação? O que seria da vida sem doação? O que seria do universo sem ação produtiva?

Finalizando minhas considerações, chego no ponto ‘G’: o medo, o temor nosso de cada dia em fazer valer nossa individualidade ante uma vida social coletiva. Somos, sim, adeptos do medo. Tememos perder o emprego, mas odiamos a segunda-feira; tememos a falta de dinheiro, mas trabalhamos queixosos; reclamamos das atitudes alheias, mas insistimos em machucar as pessoas. Não somos filhos do medo, mas agimos com subjugo em relação a ele. Quando aprendermos a ser a rica essência que verdadeiramente somos, talvez olhemos para a segunda-feira com alegria, aproveitando a oportunidade de ser mais.

Mas, enquanto não chegamos lá, vamos nos solidarizando com o velho Garfield, que vive dizendo que a segunda-feira é um péssimo dia, ‘o dia da torta na cara’. Será mesmo?