quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Dor do Mundo em Mim

Eu sinto a dor do mundo em mim - afinal, também sou parte dele...

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A queda dos que acreditam que detém "poder" apenas porque possuem fama e dinheiro.



A violência daqueles que não sabem controlar as próprias emoções.


O extermínio de seres inocentes, não humanos, apenas para saciar os próprios desejos inconsequentes.


O preconceito por conta de uma miopia moral coletiva.


A desigualdade social, fruto de um individualismo danoso.


O culto à imagem, que distorce os reais objetivos do viver.



E as catástrofes se acentuam.


E os humanos, tão absolutos, sucumbem ante a grandeza do universo.


E as crianças crescem cada vez menos infantis.


E os adultos projetam-se num canibalismo social cada vez mais pungente.


E as mortes cruéis vão deixando a vida sem valor.


E a humanidade permanece sofrendo - até "o dia depois de amanhã".


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Eu sinto a dor do mundo em mim - afinal, também sou parte dele...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Dom Hélder, os Mortos e os Vivos

Dom Hélder Câmara não morreu! Eis a constatação tardia de muitos religiosos, especialmente após a publicação do seu mais novo livro, intitulado “Novas Utopias”. E Dom Hélder realmente não morreu - afinal, quem morre?

O lançamento do livro não é mais novidade. O fato de a obra ser uma psicografia, também não. Contudo, conferir as extraordinárias ideias desse espírito fabuloso após sua partida deste plano de vida causou reboliço em parte da Igreja Católica. Comunicação entre os mortos e os vivos? E a doutrina católica? Como fica?

O próprio Dom Hélder traz luz ao tema, num trecho de uma entrevista feita pelo médium Carlos Pereira (que psicografou a obra): “A nossa Igreja (Católica), por si só, já prega a existência da vida após a morte. Logo, fazermos contato com o plano físico depois da morte seria uma consequência natural”.

Pois é. Não existe mistério. Os mortos e os vivos não passam de ser, ambos, viventes. Não importa a religião, a cor, o status social. Todos partem daqui e retornam à verdadeira moradia. E a vida continua. “Ao deixar a existência no corpo físico, continuo como padre porque penso e ajo como padre. Minha convicção à Igreja Católica permanece a mesma, ampliada, é claro, com os ensinamentos que aqui recebo”, reforça Dom Hélder.

O livro, apesar das controvérsias, vem para ajudar a reduzir o preconceito religioso. “Não há divisão entre espíritas e católicos no seio do Senhor”, complementa o Dom da paz. O monge beneditino e teólogo Marcelo Barros, que secretariou Dom Hélder por muitos anos e foi responsável pelo prefácio da obra, também deixa claro esse ponto de vista ao reconhecer a autenticidade do comunicante e a originalidade das ideias (sem falar que a própria igreja aceitou ficar com metade dos direitos autorais do livro, através do Instituto Dom Hélder Câmara – a outra metade foi doada à Sociedade Espírita Ermance Dufaux, em Minas Gerais).

Alheio a essas possíveis controvérsias, Dom Hélder deixa no final da entrevista uma mensagem única e verdadeira, que, com simplicidade, faz cair qualquer rótulo ou preconceito: “Amem (...) O amor, conforme nos ensinou o Nosso Senhor Jesus Cristo, é a grande mola salvadora da humanidade (...) Não há outra mensagem a deixar senão a do amor”.

Falar de amor num planeta onde reina o ódio parece paradoxal. Mas as coisas são mesmo assim. Amor e ódio, espíritas e católicos, mortos e vivos... A dualidade no mundo é intransigente. O complexo social vivente aponta tão somente para as divisões, para as limitações, para os opostos. Essa é a dimensão que ainda nos abriga – e aonde somente o amor irá, com o tempo, modificar esse quadro atual.

O véu do desconhecido, contudo, anda caindo e obrigando todos a reverem certos conceitos. Já estava na hora, não?