
Pálpebras cerradas. Membros enrijecidos. Matéria inerte. Aqui jaz um cadáver. Corpo agora ‘oco’, em decomposição, iniciando a ‘volta ao pó’. Para onde fostes, ser vivo?
Lágrima nos olhos, eis os ‘ficantes’. Aprisionados pela sensação de perda material. Confundindo o ‘ser’ com o ‘corpo’. Agora, sim, lembrando do lado bom daquele que se foi – ignorando que mais defeitos viam quando o indivíduo outrora vivo estava.
Outro ceifou. E outro. Mais outro. E assim é a cada segundo nesse plano. Morrer é uma constante. Tola, contudo, é a crença humana que desfaz a lógica ao acreditar que a vida é finita – e que a morte é uma perda irreparável.
Apreensão... Novo choro é ouvido. Lágrimas, agora, só de alegria. E enquanto uns partem, outros chegam. As gerações se sucedem. O ciclo vital se perpetua. A humanidade se renova. E o plano do (ainda) desconhecido permanece a mover as engrenagens da vida nesse intrigante planeta chamado Terra...
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Lembrança, companheira inefável daqueles que ficam. Hoje lembrei do meu irmão caçula, dos meus avós paternos, da minha ex-cunhada – todos já se foram, mas continuam vívidos em mim. Daí, olhei para o meu filho, hoje com 11 anos de idade. Pensei na minha sobrinha, ainda bebê. Da minha vizinha que ontem mesmo deu a luz... E esse paralelo se fez presente.
Pois é... Quem quer viver para sempre?
Pois é... Quem quer viver para sempre?