
A noite caía infalível. Na Praça do Rosário, em Caruaru, a adolescente de 14 anos sentia-se mulher. Atraída pela ousada proposta de um homem em sua moto, partiu na garupa rumo a um programa que prometia. E foram juntos, ao que tudo indicava, na ânsia por ‘diversão’.
Seis séculos antes, um homem decidiu caçar na cidade de Plácido, na Itália. Atraído pela emoção da caçada, danou-se a explorar suas habilidades. Partiu valente. E foi montado em inconsequência, ao que tudo indicou, na ânsia por ‘diversão’.
Era 19 de fevereiro.
Em Caruaru, a noite não poderia ficar às escuras. Num sítio localizado na Zona Rural da cidade, o motoqueiro despiu-se de humanidade. Estuprou a adolescente com violência e ateou fogo ao corpo dela antes de fugir, sem deixar rastro.
Em Placência o fogo também surgiu, por mãos inconsequentes. Nas imediações da cidade, as chamas involuntárias se espalharam e causaram enorme prejuízo aos moradores. Atônito, o homem fugiu sem deixar rastro.
Era 19 de fevereiro.
Seis séculos e fogo. Se de um lado a crueldade e a falta de humanidade imperaram absolutas, de outro a imprudência foi o mote. E enquanto o motoqueiro continua foragido, o italiano, ao saber que um inocente havia sido acusado e preso, voltou, assumiu a culpa e utilizou seus fartos recursos financeiros para indenizar os prejuízos.
O motoqueiro, se pego, terá seus minutos de “fama” policial e ficará marcado como nefasto assassino. O italiano, que depois do ocorrido dedicou a vida aos semelhantes, ficou conhecido como São Conrado de Placência, beatificado pela Igreja Católica.
O passado e o presente, assim, se tocaram nesse 19 de fevereiro. O fogo foi elemento comum – os atos e consequências, não.
É... Os tempos mudaram...
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JC ONLINE - Adolescente estuprada e queimada em Caruaru continua em estado grave
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