segunda-feira, 8 de março de 2010

O Dia

Não há festa. Nem comemoração. O dia é de valorização. Reconhecimento. Reflexão. Um dia como outro qualquer, mas repleto de um simbolismo ímpar. Um dia internacional, assim como a própria ‘causa’ o é...

O dia é das mulheres. Daquelas que há mais de um século atrás morreram queimadas nos EUA após uma manifestação pacífica por melhores condições de trabalho. Daquelas queimadas vivas nas ‘santas’ fogueiras há tanto tempo atrás, apenas por serem, digamos, diferentes. Das que lutaram e lutam contra o machismo social ainda vigente. Das de todas as cores, ideologias, crenças, nacionalidades...

O dia das que são filhas, mães, esposas. Das solteiras, avulsas, lésbicas, celibatárias. Das que já não dividem mais este mundo conosco. Daquelas íntegras por inteiro e das que se prostituem (quer pela fama, quer pelo prazer, quer por dinheiro). Daquelas conscientes do próprio papel feminino e das que se deixam expor como produtos de consumo masculino (e também feminino). Enfim, das fiéis, infiéis, vítimas, algozes, paraplégicas, enfermas, saudáveis, intelectuais, analfabetas, trabalhadoras, do lar...

Hoje é o dia. E que as palavras e homenagens dos homens não camuflem a urgente revisão dos seus paradigmas, nem ‘maquiem’ o senso de consciência das elogiadas. Oxalá, um dia, os pretensos respeito e igualdade se estabeleçam plenamente, amparados pelos mais elevados conceitos humanos, colocando a mulher, definitivamente, no patamar divino a ela destinado na Terra. Oxalá...