Era apenas
um velho aos meus olhos de pedra. Solitário. Conduzido por pés desjuvenescidos.
Alheio a outros dois jovens membros inferiores que seguiam almejando uma
estranha colisão – cujo ser que os conduzia trazia olhar de frieza, assim como
era fria a lâmina que tentava se aquecer sobre a pele da cintura. Está bem...
Éramos só nós três naquela madrugada sempre embriagada pela maresia – o velho,
o desconhecido e eu –, cada qual com sua solidão distorcida. E a colisão,
inevitável, foi tripla. E os meus olhos empedrecidos arregalaram-se com o
surrupio do vento abençoando o vil golpe. O cair do velho homem aos meus pés de
pedra. E o correr do meliante com o arrecadado naquela breve ação – e com
aquela velha alma outrora vivente em suas gélidas mãos...