sábado, 14 de março de 2009

Homofobola


Já passou o tempo em que assumir a própria homossexualidade era algo catastrófico (será mesmo?). A verdade é que o mundo hoje é bem mais ‘colorido’. E não há segmento que se exclua. Nem mesmo o mundo do futebol.

Das aventuras de Ronaldo com travestis ao jeito nada másculo de Richarlyson, o universo da bola, sempre tão ‘masculino’, esconde o seu lado mais gay. Bom, pelo menos escondia...

Na rodada da última quarta-feira pelo Campeonato Pernambucano, um lance em especial chamou a atenção. E não foi o gol de Mondragon, goleiro do Sete de Setembro, nem o petardo de Igor, do Central. A cena mais marcante – e praticamente ignorada pela mídia – foi o selinho de Anderson Lessa em Adriano Magrão, na comemoração do primeiro gol do Náutico contra o Salgueiro.

Beijinho na boca entre dois marmanjos em pleno campo de jogo? Pois é. Eu vi. E ainda que isso não seja fato isolado nesse planeta, não deixa de chamar a atenção, especialmente pelo fato de que o futebol tem sido associado, desde sempre, a coisa de ‘macho’. Ainda mais aqui em Pernambuco.

Tem gente dizendo por aí que os dois citados atletas são bastante íntimos. Outros, que tudo não passou de uma infeliz coincidência – os lábios se encontrarem. Bom: a verdade é que ninguém tem nada a ver com isso, afinal, o que danado interessa a opção sexual dos outros?

É... Talvez isso seja o que eu poderia definir como ‘homofobola’ – a homofobia ainda tão acentuada no universo da bola. E enquanto a humanidade vai quebrando suas barreiras, o mundo do futebol persiste nesse ‘esconde-esconde’ – será mesmo?