terça-feira, 21 de maio de 2013

O Vazio de Mim - Porque o Nada é Tudo...


Perco-me no vazio de mim. Sim. Esse vazio que me preenche vez em quando e me faz balão. Pleno. Vazio. Flutuante. Repleto. Solitário. D’onde venho? D’onde vem?

Sou partícula miúda do universo. Repleto. Vazio. Tudo. Nada. Espelho. E perco-me num vácuo que teimo incompreender. Temo. Exteriorizo-me. Aí o pleno soa como razo. E todas as cores – vazias e cintilantes – acinzentam aos meus olhos infantis. E todo o glamour material de repente me inviabiliza. Zero em escala menor. Pareço Deus, mas sinto-me mortal.

O nada existe. O vazio pleno é real. Sou como alma invisível em corpo riste. E só o olhar pra dentro me faz enxergar o oco vivo de mim. Com meus olhos de cores vazias e cintilantes. Como escala de cinza viva em carvão sutil. Como balão iluminado num céu de escuridão vívida. Quem sou, afinal?

Sou o mesmo que tu. Vazio. Pleno. Real. Eu sou a metáfora flutuante do eu sou. Eu sou o oco preenchido do universo. Sou o pleno invisível de nós. Eu sou, enfim, apenas o vazio de mim - porque o nada, sim, é tudo...