domingo, 8 de junho de 2008

Diversificando

O genial Angeli e o capitalismo
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Ontem, voltando de carro na direção de casa, parei num semáforo avermelhado. De repente, três garotos (um acho que não tinha nem quatro anos) iniciaram uma dança na faixa de pedestres. Remexendo os braços e mostrando até algum ritmo, danaram-se a realizar o que parecia ser uns passos de break. E tome ombro torto para baixo, perna desengonçada para cima, giro desequilibrado pelo chão... Uma cena hilária, não fosse ela turvo reflexo da nossa realidade social.

Crianças. Nem artistas, nem trabalhadores, nem estudantes entusiasmados. Apenas crianças. Carentes. Talvez até obrigadas pelos pais a levar dinheiro para casa. Contudo, criativas, sem dúvida - antes era a flanelinha limpando o retrovisor; depois, o manuseio desajeitado de malabares; agora, a tentativa de dança no asfalto...

O universo não pára um instante sequer. O planeta não é estático. As empresas, nesse contexto, buscam a diversificação na condução dos negócios. O mundo capitalista acelera. Até o ser humano progride (pasmem!) e, nesse vai-e-vem, diversifica-se. As crianças de rua que o digam.