sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sobre Pessoas e Animais

“Nós devemos ser a mudança que queremos ver no mundo”. (Gandhi)



Por que o espanto?

O homossexualismo sempre existiu. A comunicação com os mortos sempre existiu. Os maus tratos a crianças e idosos sempre existiu. A pedofilia sempre existiu. Os maus tratos aos animais, idem. Crenças, modos de vida e desequilíbrios sempre fizeram parte do dia-a-dia humano. A diferença está no acesso às atitudes humanas, agora tão fáceis e antes tão bem camufladas – seja por questões de crença ou comportamento.

A violência contra os animais é a bola da vez. Pessoas ignorantes recebem a ira popular nas ruas e nas redes sociais, por conta de atitudes violentas e irracionais contra bichos de estimação. Coisa pra revoltar qualquer cidadão de bem, é verdade. Mas será que somos todos tão inocentes assim, a ponto de acusar tão veementemente?

É preciso ampliar o foco. Numa sociedade onde se consome inúmeros produtos com origem animal, provenientes das mais terríveis e violentas formas de abate, a relação entre o ser humano e os animais deveria ser repensada. Somos coniventes com o genocídio animal – quer para fins de alimentação, quer para testes de laboratório, quer ainda para satisfação dos mais variados desejos instintivos.

Ver um pequeno cão ser morto por uma “dona” cruel é horrível, mas cada um deveria fazer uma visita a um matadouro para assistir o abate de um boi. Ou a um aviário para ver como são tratadas e abatidas as aves que vão parar na sua mesa. Aliás, nem precisa tanto, basta procurar por vídeos sobre o assunto (em meio a tanto lixo promovido por milhões de acessos, sim, há coisas de valor a se pesquisar na web).

Só mata quem não dá valor à vida. E fomos criados, de um modo geral, acreditando que matar um animal para satisfazer seu desejo por sabor é correto. Uma pessoa que mata um animal para satisfazer sua raiva, segue princípio semelhante. É preciso rever certos conceitos. Muita coisa precisa ser corrigida.

Revoltemo-nos, sempre, com os desmandos humanos contra o reino animal e exijamos justiça. Contudo, não nos esqueçamos de cobrar a nós mesmos uma postura de real comprometimento com a causa animal. Afinal, não há como negar que, indiretamente, nós apoiamos a crueldade contra os animais dia após dia.

Por que o espanto?