segunda-feira, 3 de março de 2008

Diga-me se sou Deus

Sim! Meu Deus sou eu!

Porque se posse atingir a felicidade
Com as minhas próprias pernas...
Se posso alçar a minha mente
Para além do planeta Terra...
Se posso fazer valer a minha força
Para ter a vida eterna...

Sim, sou Deus!

Deus está em mim,
Está aqui, ali,
Em cima, embaixo,
Onde procurar eu acho.

Deus não é alguém.
Deus não é ninguém.
Deus apenas É
E eu sou também...


Hoje li duas matérias que me chamaram a atenção, ambas veiculadas na BBC Brasil e ligadas à visão humana de espiritualidade. A primeira, revela que uma garotinha nepalesa de 11 anos, Sajani Shakya, decidiu se aposentar. É que a menina era considerada, desde os seus dois anos de idade, uma Kumari - ou deusa viva - e, após a família decidir que ela passaria por um casamento simbólico (ritual comum na infância), ela abdicou do título. Hoje, teme não ser bem aceita socialmente por não ostentar tal honraria.

A outra notícia veio da índia e refere-se a um transexual inglês, Stephen Louis Cooper, que há pouco mais de dois meses vive em Becharaji e, lá, é considerado por milhares de adoradores como um mensageiro de Bahuchar Mata – deusa dos eunucos indianos. Adotando o nome de Pema, Cooper pretende ficar por lá, se possível, o resto de sua vida. “As pessoas aqui têm sido muito amáveis. Eles tocam meus pés e, quando eu toco suas cabeças, sinto amor e alegria - pura e imaculada", declarou.

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A poesia-título (publicada no meu primeiro livro, “O Que Importa é o Caminho”), remete-nos a condição de ser Deus. Quem duvida disso? Não foi Jesus um homem extraordinário - Deus na carne? Pois bem. As notícias aqui comentadas trouxeram à lume a visão que o ser humano tem do que é divino. Continuamos buscando Deus fora de nós, em outrem, numa transcendência utópica. Deus é como nós. Nós somos como Deus. E por isso devemos ser mais alegres, mais gratos, mais amorosos, mais humanos... Eis uma verdade indubitável, que habita nosso interior e espera o nosso despertar. Alguém duvida disso?