quarta-feira, 26 de março de 2008

Águas Azuladas


Olho as águas azuladas da grande piscina. Embalado em suas suaves ondulações, meu filho mergulha empolgado. Nadando como um peixinho travesso, provoca uma sensação de orgulho no meu peito. Eu, aqui, bendito entre as mulheres (já que sou o único pai presente acompanhando a aula de natação). Próximas a mim, várias mulheres dividem o espaço fora da piscina e, dentre elas, apenas duas mães - todas as outras são funcionárias do lar, ali por uma obrigação profissional.

Observo as outras crianças, a maioria delas nitidamente carentes, ávidas pela atenção da professora. Onde estão seus pais? Questiono. E vou além: o que estamos fazendo com o nosso tempo? Que atenção estamos dando aos nossos filhos? Em que estamos contribuindo para que a futura geração seja melhor que a atual?

Tudo bem! Não vou entrar em detalhes, que são inúmeros - até porque quem sou para tal? -, mas trago à tona a questão da presença dos pais no dia-a-dia dos filhos e, principalmente, na importante contribuição que estes podem dar na formação do caráter da criança. Ouvi dizer que os melhores mestres são aqueles que nos fazem sofrer (pois nos proporcionam aprendizado). Mas, em se tratando de pais e filhos, essa máxima é falha, afinal, adulto são é aquele que teve amor, carinho e atenção familiar na infância.

Volto a olhar para as águas azuladas. Vendo as crianças soltas na piscina, alivio-me por um instante. Bom saber que estas estão seguras...

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Polêmica e mais polêmica. A sociedade humana é rica em promover controvérsias, justas ou infundadas. O foco nas crianças curtindo uma aula de natação remeteu-me ao caso de Joanna Maranhão - e de outras garotas que estão aparecendo agora. Pedofilia... Existe distorção humana mais perversa?

Prefiro a imagem da piscina. Mergulhemos, pois, nas águas azuis da consciência tranqüila...