sábado, 12 de abril de 2008

Meu Inquérito Virtual


Sinto-me um crápula. Acabei de desvirginar um CD. Apossei-me de sua virgindade digital, ávido para garantir com segurança meu arquivo pessoal.

Reconheço: essa não foi a primeira vez. Nem o único tipo de crime virtual que cometi. Desde o inicial momento em que me peguei com o disco rígido, até os dias de hoje, muitos foram os delitos. Lembro quando deitei e rolei na rede metendo o dedo no mouse; quando naveguei na web pirateando músicas e vídeos; quando eliminei arquivos usando apenas um comando; ou quando manipulei meu micro para processar os dados.

Lembro também quando mandei arquivos inocentes para a lixeira, só porque não me serviam mais; quando abri programas para proveito próprio; quando criei pastas pessoais apenas para esconder meus dados; ou quando reiniciei tantas e tantas vezes o meu micro somente porque ele não estava agindo como eu queria.

Embora nesse momento esteja eu um tanto envergonhado, não posso deixar de registrar que, nesse universo paralelo, também fui herói: salvei arquivos; protegi dados com antivírus; compartilhei informações pela rede; imprimi imagens e causei boa impressão; expandi a memória para melhorar o desempenho do micro; ampliei espaço para abrigar mais arquivos; além de outras louváveis ações.

Sinto-me agora dividido entre os bons e maus feitos, registrados nesse meu inquérito virtual. E nem mesmo nesse foro, que dirime as questões da era digital, estou livre da dualidade que me compõe. Resta-me, assim, manter-me conectado...