sexta-feira, 7 de março de 2008

Desiguais

Somos diferentes
Mas com idêntica fonte,
Idêntico Pai,
Essências reais.

O que nos põe em confronto?
O que nos impele a atritar?
O que nos faz desiguais?



Brasil

A Super Interessante de março traz matéria de capa contundente: um olhar miúdo sobre as prisões brasileiras. Não bastassem tantas desigualdades numa sociedade hipócrita, o texto revela o submundo do crime no seio do sistema carcerário do país. Assusta ver o que acontece com quem entra em ‘cana’, especialmente os chamados ‘piolhos’ - gíria para os iniciantes nos delitos. Nas cadeias e prisões nacionais, questões como a homossexualidade, as visitas das parceiras, os preços pagos para comer e dormir, o comando do crime via celular, as extorsões... Tudo isso é revelado com olhar honesto.

Marcante também é a constatação da triste realidade nos presídios femininos, principalmente em relação à homossexualidade. Isso porque, quando a mulher é presa, normalmente é abandonada pelo parceiro e fica à mercê das lésbicas. Muitas transformam os próprios conceitos e preconceitos para não ficarem entregues à solidão.

Quanta desigualdade... Para quem ainda não consegue sequer se socializar, falar em re-socialização parece utopia. Quando aprenderemos o que é justiça e o que é humanidade?


#

Mundo

Outra interessante matéria da revista traz ‘mudanças’ nos mapas do mundo, tendo como foco o comparativo econômico entre Estados, Países e Continentes. Através desse olhar, Pernambuco é tão rico quanto o Camboja; a Bahia é tão rica quanto o Kwait; São Paulo é tão rico quanto a Argentina. Sob outro prisma, as vendas da Nike são do tamanho do PIB da Níger; as da Nokia equivalem à riqueza de Camarões; as riquezas do Banco do Brasil superam as de Mali. Seguindo ainda com novo foco, o Estado da Califórnia tem o PIB do Brasil; o Texas, o da Coréia do Sul; Nova Iorque o de todo o México.

São exemplos curiosos que revelam o quanto nosso mundo é desigual - em renda, em ideais, em justiça.