segunda-feira, 30 de junho de 2008

Um Aceno Mágico


Quase duas da tarde e o meu estômago teimava em querer engolir o pulmão, tamanha era a fome. O excesso de trabalho impôs uma correria danada naquela sexta-feira chuvosa e realmente intensa. O corpo pedia energia (comida) e a mente entregava-se à preocupação com o horário (e com as coisas que eu ainda haveria de fazer até o final do expediente).

Tentando evitar a chuva, entrei no carro apressado. Engatei a primeira marcha. A lenta locomoção do veículo, contudo, me permitiu uma visão ímpar: duas garotinhas, que aparentavam uns 04 ou 05 anos de idade, dividindo espaço sob uma sombrinha colorida. Nas suas faces, expressões sorridentes, alegria pela simples aventura de encarar a chuva. Nossos olhares se cruzaram. O leve sorriso que brotou em minha face provocou um divertido aceno de uma das meninas.

Foi um aceno mágico, acredito. Gesto simbólico do que anda faltando no mundo. Uma forma de mostrar o quanto precisamos resgatar em nós a criança interior que vive adormecida. Ah! A magia da infância! O dom de encarar a vida com alegria, de enxergar tudo pelo lado positivo, de ser totalmente puro e autêntico - assim como fomos um dia e que, aliás, nunca deveríamos ter deixado de ser -, enfim, de encarar a seriedade da vida com tons de brincadeira.

O desafio, agora, é transformar a magia daquele aceno em realidade. Brincar de viver. Apenas ser. E confesso que vou continuar tentando.

Alguém aí quer brincar comigo?