segunda-feira, 26 de maio de 2008

Enquanto o Mundo Explode


A Phoenix se foi. A gente, então, que se vire...

Diz a lenda que a fênix renasceu das próprias cinzas. Hoje, a Phoenix não mais está na Terra. Partiu assente para o planeta vermelho, numa bem sucedida missão da NASA. Talvez para tentar se refazer de outras ‘cinzas’, já que aqui o homem insiste em se destruir - o batismo da sonda espacial, assim, nunca foi tão apropriado.

Enquanto a sonda americana inicia sua exploração em Marte, aqui o homem permanece sugando o planeta. No Brasil, até os índios entraram na guerra. E empunharam suas armas para enfrentar a sede de ‘progresso’ do homem branco. (Brancos e índios... Em que época estamos, afinal?)

O passado invade o presente e o presente toca o futuro. O ser humano segue buscando outros mundos, mas sequer aprendeu a conviver em harmonia em seu próprio planeta. E com esse viver antagônico, me pergunto: aonde vamos parar?

A Phoenix se foi. A gente, então, que se vire...

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“Mas enquanto o mundo explode, nós dormimos no silêncio do bairro, fechando os olhos, mordendo os lábios... Sinto vontade de fazer muita coisa...” (Chico Science)

Cem Anos, Sem Nada

Cem vidas sem vida,
Cem letras sem escrita,
Cem palavras afônicas,
Sem corpo nem grafia.

Cem desejos reprimidos
Cem números, sem tabuada
Sem coragem, cem motivos
Cem anos, sem nada.

Cem... Sem...
O que tenho?
O que perco?
O que sou?



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O chão continua a tremer na China. Embora permaneça absorvendo vidas, a terra nos mostra a cada dia que nada nesse mundo é casual. E os efeitos das tremedeiras vão ecoando...

O resgate, na semana passada, de uma senhora de 100 anos de idade, surpreendeu. Os 11 dias de isolamento numa montanha não abalaram sua vitalidade. O leve sorriso no rosto enquanto era conduzida para os devidos cuidados médicos, pareceu revelar sabedoria: o valor à vida (quase ceifada) sobrepujando a perda dos bens materiais.

Cem anos de idade... A centenária senhora reviveu, ao que parece, consciente de que deixou para trás tudo aquilo que menos tinha valor na sua vida - a exemplo do que acontece quando se morre. Cem anos de vida, sem preocupações com a morte. E os efeitos das tremedeiras vão ecoando...