(se você é criança, não leia!)
Não. Jesus não nasceu no dia 25 de
dezembro. Papai Noel não existe. Dar presente(s) e/ou desejar Feliz Natal não é
sinônimo infalível de amizade e fraternidade. Não.
Buscar um significado real para os
festejos natalinos não é algo lá tão convincente. O simbolismo da data é quase
utópico. O sentido religioso quase inexiste. As invencionices comerciais
predominam. A hipocrisia impera – ao menos, as reuniões familiares se
multiplicam e há um esforço momentâneo por paz. Mas... É só isso?
Em tempos marcados pela completa
ausência de senso coletivo na maioria das pessoas; por “reis de baladas”
esbanjando fortunas com futilidades enquanto milhões padecem de fome; pela
total falta de ética de quem deveria dar exemplo (estou falando especialmente da
classe política no mundo inteiro); pelos abusos de poder de autoridades e
pessoas comuns dentro de seus próprios ‘lares’; por relações virtuais que
muitas vezes separam mais do que unem; enfim, pelo preconceito que, ao que
parece, se encruou em nosso meio social... É nesse tempo em que comemoramos
mais um Natal, em nome de um cara que foi o suprassumo da dicotomia ‘homem-Deus’.
Fiquemos, então, com o simbólico.
Fiquemos com as boas intenções (ainda que muitas delas, repito, marcadas pela
hipocrisia). Fiquemos com a alegria transitória do presente. Fiquemos com a
‘pseudomagia’ do bom velhinho, que só “presenteia” quem tem dinheiro (diferente da história de São Nicolau - quem conhece?). Fiquemos, também, com o (ignorado) sentido
Crístico da ocasião. Fiquemos, ainda, com a certeza de que nós podemos ser
muito melhores do que somos. E que, assim, os futuros natais possam ter
significados mais genuínos.