segunda-feira, 30 de junho de 2008

Um Aceno Mágico


Quase duas da tarde e o meu estômago teimava em querer engolir o pulmão, tamanha era a fome. O excesso de trabalho impôs uma correria danada naquela sexta-feira chuvosa e realmente intensa. O corpo pedia energia (comida) e a mente entregava-se à preocupação com o horário (e com as coisas que eu ainda haveria de fazer até o final do expediente).

Tentando evitar a chuva, entrei no carro apressado. Engatei a primeira marcha. A lenta locomoção do veículo, contudo, me permitiu uma visão ímpar: duas garotinhas, que aparentavam uns 04 ou 05 anos de idade, dividindo espaço sob uma sombrinha colorida. Nas suas faces, expressões sorridentes, alegria pela simples aventura de encarar a chuva. Nossos olhares se cruzaram. O leve sorriso que brotou em minha face provocou um divertido aceno de uma das meninas.

Foi um aceno mágico, acredito. Gesto simbólico do que anda faltando no mundo. Uma forma de mostrar o quanto precisamos resgatar em nós a criança interior que vive adormecida. Ah! A magia da infância! O dom de encarar a vida com alegria, de enxergar tudo pelo lado positivo, de ser totalmente puro e autêntico - assim como fomos um dia e que, aliás, nunca deveríamos ter deixado de ser -, enfim, de encarar a seriedade da vida com tons de brincadeira.

O desafio, agora, é transformar a magia daquele aceno em realidade. Brincar de viver. Apenas ser. E confesso que vou continuar tentando.

Alguém aí quer brincar comigo?

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Meus parabéns

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26 de junho. Hoje é o meu aniversário.

Enquanto o fogo consome o verde nos Estados Unidos, aumentam as vítimas da tragédia nas Filipinas, a rivalidade ganha contornos de guerra no Líbano, o calor sufoca os italianos e o frio congela o sul do Brasil, eu recebo parabéns.

Enquanto vejo tantas manchas sombrias em mim, constato minha inércia ante o desarrumo do mundo que me rodeia e enxergo o quanto eu já poderia ter feito para ser mais, continuo recebendo parabéns.

Ainda bem que, hoje, eu entendo que a vida (e o mundo) é mesmo assim, que eu sou mesmo assim, que dia de aniversário é mesmo assim. E fechando mais um ciclo desde o nascimento, inicio outro, e assim será, até o dia em que retornarei ao verdadeiro lar.

Enquanto isso, já que todo mundo tem o seu dia (e eu também!), acho que vou curtir mesmo esses parabéns. Obrigado, amigos. Obrigado...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Blog Repercute


E não é que o ‘Blog De 2 em 2...’ começou a repercutir? Pois é. A edição de ontem (domingo 22/06/08) do Jornal do Commercio trouxe matéria de capa sobre o preconceito do Sul-Sudeste em relação ao Nordeste, reavivado nas últimas semanas pela participação do Náutico e do Sport em competições nacionais.

Na matéria, publicada com destaque no Caderno de Esportes, o Blog foi citado através do post “Feito Nordestino”, que revelou esse preconceito e, especialmente, a necessidade do nordestino valorizar mais a sua própria terra.

Mais que a divulgação pessoal (pois foi publicada uma foto minha entre caboclos de lança e com a bandeira de Pernambuco, além de citação no texto), a satisfação vem do efeito que o Blog causou nesse caso e que pode causar, sei, no universo individual daqueles que o acessam. Essa é a missão assumida e que espero perdure, afinal, esse é o maior objetivo de quem encara o ofício das letras. Vamos em frente!

Para quem não pôde conferir a publicação, publico-a no post seguinte (sem foto).

Matéria no JC

REVOLTA DO TORCEDOR
Nação pernambucana não se dobra
Publicado em 22.06.2008

Confusão na partida Náutico x Botafogo reativou a queixa e a reação ao preconceito do Sul-Sudeste

Marcelo Cavalcante
mcavalcante@jc.com.br

Hildo Neto
hpneto@jc.com.br

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Momentos antes de a bola rolar entre Náutico e Vasco, pela 6ª rodada do Brasileirão, no Arruda, veio da torcida uma vaia ao Hino Nacional. O tom antinacionalista que invadiu a arquibancada revelou, pelo menos no futebol, uma ponta de insatisfação e revolta, pendendo para o perigoso sentimento de separatismo. A atitude coletiva foi desencadeada com a punição imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ao Náutico – perdeu dois mandos de campo – por conta do tumulto causado pelo zagueiro botafoguense André Luís.

Com o orgulho ferido, alguns alvirrubros viraram o rosto para a pátria. A rebeldia e o desejo de independência tomaram conta também das demais torcidas do Estado. Hoje se vive algo que já vem de anos e anos atrás e muito além das quatro linhas do gramado. No século 19, por exemplo, o Estado foi palco de guerras históricas, como a Confederação do Equador e a Revolução Pernambucana. O futebol só reacendeu o estopim.

A decisão do STJD de interditar o estádio dos Aflitos, por causa dos tumultos ocorridos na partida Náutico x Botafogo, foi encarada como injusta não só pelos alvirrubros, mas também pelos rivais tricolores e rubro-negros. “Não tenho dúvida de que eles agiram de forma preconceituosa”, declarou o presidente alvirrubro Maurício Cardoso.

Após toda confusão, a mídia, sobretudo do Sudeste, ajudou a fazer do Recife um verdadeiro barril de pólvora. As cenas do tumulto nos Aflitos foram exibidas exaustivamente. Assim, o clima de guerra acirrou-se para a final da Copa do Brasil, entre Sport x Corinthians. Ao desembarcar no Recife e sentir o clima pesado da partida, o presidente corintiano, Andrés Sanchez, alertou: “Minha gente, isso é apenas uma partida de futebol. Não é uma guerra de Estados”.

Por outro lado, devido à falta de ingressos para a sua torcida, Sanchez responsabilizou o presidente do Sport, Milton Bivar, caso alguma tragédia acontecesse. O dirigente paulista, no entanto, “esqueceu” que os ingressos para os rubro-negros no primeiro duelo, no Morumbi, também foram reduzidos.

Enquanto isso, torcedores rubro-negros e alvirrubros se solidarizaram. As primas Karyna Campos, 28 anos, e Juliana Barreto, 30, são exemplos. Torcedoras fanáticas do Náutico, elas apoiaram o Leão na final. “Vi muitos corintianos menosprezando Pernambuco. Por isso, torci para que eles perdessem”, relatou Juliana. “Foi uma vitória do Estado”, declarou Karyna, que foi à Ilha.

No estádio do Leão, o sentimento era geral. Além dos gritos “Ah, é Pernambuco!” da torcida, o sistema de som do estádio disparou a canção Nordeste independente, de autoria de Bráulio Tavares e Ivanildo Vila Nova. Bráulio ficou feliz ao saber do fato, mas faz questão de deixar claro que não prega o separatismo. “O intuito da canção foi levantar a auto-estima do nordestino. A gente tem que olhar para cariocas e paulistas e dizer: ‘você não é melhor do que eu’”, explicou.

A revolta que tomou conta da Ilha e dos Aflitos foi reforçada com a transmissão da decisão da Copa do Brasil por uma emissora de TV. Os microfones só captaram os gritos dos pouco mais de mil corintianos que estavam no estádio. A soma dos fatos motivou o relações públicas Sydney Nicéas a propagar por meio do seu blog (2em2) o orgulho de ser nordestino. “O nordestino tem que valorizar mais a própria terra, sua cultura, seu povo. Isso também é independência, o que nada tem a ver com separatismo.”

O jornalista paulista Juca Kfouri, da Rádio CBN, não vê motivos para polêmica. Para ele, a imprensa do Sul e Sudeste é igual à do Nordeste, Norte e Centro-Oeste. “O que há são problemas mal resolvidos. De um lado, a arrogância e a prepotência. Do outro, os complexos de perseguição e de inferioridade”, afirmou. Ele ainda alfinetou a torcida alvirrubra: “Vaiar o hino é provinciano. É melhor ir à porta da CBF.”

O sociólogo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Jorge Ventura não demonstra surpresa diante do atual cenário. “É comum que o olhar da metrópole seja distorcido, com certo preconceito, para a periferia”, afirma.

Essa visão pode ser percebida inclusive nos torcedores recifenses em relação aos times do interior e aos rivais de outros Estados do Nordeste, sempre tidos como sem expressão e fáceis de vencer. “Não sei se nós olhamos Paraíba e Alagoas, por exemplo, com bons olhos.” Para eles, a metrópole preconceituosa pode ser o Recife.

sábado, 21 de junho de 2008

O Diabo é uma Figura!


O diabo é uma figura! Matreiro, espirituoso, maquiavélico, sarcástico. Cabra feio danado, chifrudo, corpo animalizado. Está em todas - e olhe que tem uma enorme quantidade de seguidores espalhados pelo planeta.

O diabo é uma figura mesmo. Alegórica. Criada para personificar o mal mundano. Fruto religioso moldado para amedrontar os fiéis mais infiéis. Forma-pensamento que ganhou vida graças ao temor de uma raça incrédula.

Falar no demo (belzebu, lúcifer, satã ou sei lá mais o que), para muitos, é uma ousadia impensável. Contudo, qual o sentido dessa figura em nossa sociedade? O homem cai por si só. Erra por demérito próprio. Sucumbe por conta das próprias falhas. E o diabo, que não tem nada a ver com isso, segue pousando de pop star.
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O demônio, assim, torna-se um interessante (e até inteligente) artífice da incompetência humana. Afora isso, o bicho é uma figura em tanto. Cabra arretado, reflexo de nós mesmos. Por isso tenho andado mais de olho nele - observações essas que resultarão num livro (oxalá!) que espero lançar num futuro próximo. É só aguardar.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Carne e Osso

Em mim sangue corre.
Em mim luz habita.
Energia densa e sutil
Delineando meu ser,
Fazendo-me entender
O que sou em vida,
Carne e osso,
Alma divina,
Luz...
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Jesus foi homem. Maria, mulher. Gandhi foi homem. Madre Teresa de Calcutá, mulher. Chico Xavier foi homem. Irmã Dulce, mulher.

De carne e osso. Assim é a humanidade. Assim foram esses seres fantásticos. Assim sou eu. E também você. O que nos difere uns dos outros é o nível intelectual e moral - e, claro, isso não é pouco.

Saibam, contudo, que podemos todos ser melhores. Podemos ser também fantásticos. Podemos ser hoje melhor que ontem e amanhã melhor que hoje. Basta querer.

Alguém duvida disso? Eu não.

terça-feira, 17 de junho de 2008

A Lei é Pau!


Lendo as notícias sobre a CPI da Pedofilia (e da prisão de dois integrantes da malfadada rede criminosa), lembrei-me de um quadro de madeira talhada que enfeitava o escritório do meu pai, quando eu ainda era criança. Nele, um desenho reproduzia ele mesmo (o meu pai) segurando um pedaço de madeira na mão, cujo escrito revelava: “A Lei é Pau!”. E é mesmo.

Está tipificado na lei? É crime! Todavia, há crimes que não estão enquadrados no Código Penal, assim como outros que, de tão horrendos, não precisavam nem de lei para defini-los. Todos eles, acima de tudo, são crimes morais, que se limitam ao campo mental ou que ultrapassam o universo da mente e invadem o terreno da individualidade alheia.

Do voyeur ao estuprador; do mentor ao assassino; do mandante ao executor; do pervertido solitário ao pedófilo atuante... Da mente ao caos. Do caos até onde?

Senhoras e senhores, não tenham dúvida: a lei é pau! Implacável. Infalível. E quando a dos homens tropeça nos próprios ditames, a universal não vacila. É causa e efeito. É fruto colhido. É pau mesmo! Nessa seara, somos todos criminosos. Reunidos nessa grande prisão chamada tempo, eis-nos aqui buscando a redenção. E não há quem escape dos atentos olhos do universo.

Dizem que uma mente ociosa torna-se a oficina do diabo. E então? Como você tem cuidado da sua?

domingo, 15 de junho de 2008

Feito Nordestino


Eita gripe da peste! Pense que eu me arrombei nesses últimos quatro dias, arriado com uma virose daquelas! Pensei que ia me lascar, mas tô de volta, firme e forte (feito nordestino).

Caí assim depois da final da Copa do Brasil, entre Sport (PE) e Corínthians (SP), realizada na capital pernambucana, na última quarta-feira (11/06). Me esgoelei, torci feito um condenado, quase dei minhas tripas para esse título ficar aqui em Pernambuco. E deu certo (embora tenha eu ficado nas últimas). Eu tô mesmo feliz que só a peste!

E minha felicidade, mesmo com essa gripe da moléstia, tem muita explicação. Primeiro, foi o terceiro título nacional do meu time do coração, o SPORT (que ganhou mostrando força, raça e talento - feito nordestino); segundo, foi uma conquista pernambucana, de uma nação que, de novo, se sobrepôs à esperteza de alguns; terceiro, foi a prova de que somos um povo guerreiro, que não se submete a artimanhas de quem acha que detém o poder. Sem dúvida, mais um feito nordestino.

Segurei esse tema durante algumas semanas, esperando o momento ideal (este) para tocar no assunto. E para quem tiver achando que estou sendo bairrista, lá vai: durante toda a Copa do Brasil, fui guardando os comentários maldosos e preconceituosos de muitos paulistas, gaúchos, cariocas e novamente de paulistas contra os pernambucanos e nordestinos (e tome pecha de índios, farofeiros, favelados, morta-fomes, desnutridos, sub-raça, para não falar em outras piores). E isso em situações extra-jogo, afirmações de pessoas que se sentem superiores apenas por ter nascido no Sul-Sudeste (como se fosse isso grande coisa).

Afora as hostilidades que envolveram (e normalmente envolvem) as partidas decisivas (diga-se, provocadas por ambos os lados), esse preconceito, que transcende o mundo futebolístico, reavivou a questão do ‘Nordeste Independente’, magistralmente traduzida na letra de Ivanildo Vilanova, cuja música tem mesmo título. E a canção foi executada em pleno estádio, logo após a vitória do Sport contra a equipe paulista, como que em resposta a todas as tentativas de desrespeitar o nosso povo (inclusive, contra o Náutico, naquela confusão envolvendo o Botafogo, nos Aflitos, cerca de 10 dias antes).

Não tenho dúvidas em afirmar: existe um imenso e absurdo preconceito contra os nordestinos no Sul-Sudeste do país. E, infelizmente, tem gente nossa que aceita e, de tão passiva, acaba estimulando isso (vide o nosso Presidente, Lula, que expressou com todas as letras que torceria para o Corínthians na decisão contra o Sport, ignorando sua raiz, seu povo, sua cultura - era melhor ter ficado calado).

Por isso mesmo, proponho: quem quer ver o Nordeste independente? Eu quero! Independência sem separatismo (vamos consumir mais o que produzimos! Valorizemos mais os nossos talentos! Vamos dar menos audiência aqueles que só querem nos manipular - redes de televisão que acham que o Brasil se resume a São Paulo e Rio de Janeiro -! Vamos parar de olhar mais pra “lá” e olhar mais pra “cá”!). Independentes, não estaremos separados. Não seremos discriminadores. Não cometeremos os mesmos erros de uma parcela que se acredita superior.

Reitero: quem quer ser independente? Basta mudar a postura ante o todo, sem desunião, apenas com independência. Com firmeza. Feito nordestino mesmo. E pra quem não conhece a letra de Ivanildo Vilanova, é só conferir o post seguinte (abaixo)...

Nordeste Independente

“Já que existe no sul esse conceito
Que o nordeste é ruim, seco e ingrato
Já que existe a separação de fato
É preciso torná-la de direito
Quando um dia qualquer isso for feito
Todos dois vão lucrar imensamente
Começando uma vida diferente
De que a gente até hoje tem vivido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente


“Dividindo a partir de Salvador
O nordeste seria outro país
Vigoroso, leal, rico e feliz
Sem dever a ninguém no exterior
Jangadeiro seria o senador
O cassaco de roça era o suplente
Cantador de viola o presidente
O vaqueiro era o líder do partido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente


“Em Recife o distrito industrial
O idioma ia ser nordestinense
A bandeira de renda cearense
“Asa Branca” era o hino nacional
O folheto era o símbolo oficial
A moeda, o tostão de antigamente
Conselheiro seria o inconfidente
Lampião, o herói inesquecido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente


“O Brasil ia ter de importar
Do nordeste algodão, cana, caju
Carnaúba, laranja, babaçu
Abacaxi e o sal de cozinhar
O arroz, o agave do lugar
O petróleo, a cebola, o aguardente
O nordeste é auto-suficiente
O seu lucro seria garantido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente


“Se isso aí se tornar realidade
E alguém do Brasil nos visitar
Nesse nosso país vai encontrar
Confiança, respeito e amizade
Tem o pão repartido na metade,
Temo prato na mesa, a cama quente
Brasileiro será irmão da gente
Vai pra lá que será bem recebido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente


“Eu não quero, com isso, que vocês
Imaginem que eu tento ser grosseiro
Pois se lembrem que o povo brasileiro
É amigo do povo português
Se um dia a separação se fez
Todos os dois se respeitam no presente
Se isso aí já deu certo antigamente
Nesse exemplo concreto e conhecido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente


“Povo do meu Brasil
Políticos brasileiros
Não pensem que vocês nos enganam
Porque nosso povo não é besta.”
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(Ivanildo Vilanova)

domingo, 8 de junho de 2008

Diversificando

O genial Angeli e o capitalismo
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Ontem, voltando de carro na direção de casa, parei num semáforo avermelhado. De repente, três garotos (um acho que não tinha nem quatro anos) iniciaram uma dança na faixa de pedestres. Remexendo os braços e mostrando até algum ritmo, danaram-se a realizar o que parecia ser uns passos de break. E tome ombro torto para baixo, perna desengonçada para cima, giro desequilibrado pelo chão... Uma cena hilária, não fosse ela turvo reflexo da nossa realidade social.

Crianças. Nem artistas, nem trabalhadores, nem estudantes entusiasmados. Apenas crianças. Carentes. Talvez até obrigadas pelos pais a levar dinheiro para casa. Contudo, criativas, sem dúvida - antes era a flanelinha limpando o retrovisor; depois, o manuseio desajeitado de malabares; agora, a tentativa de dança no asfalto...

O universo não pára um instante sequer. O planeta não é estático. As empresas, nesse contexto, buscam a diversificação na condução dos negócios. O mundo capitalista acelera. Até o ser humano progride (pasmem!) e, nesse vai-e-vem, diversifica-se. As crianças de rua que o digam.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Loucos...

A paciência se enervou.
O equilíbrio desequilibrou.
O sorriso entristeceu.
O tempo acabou.

O paciente está sedado.
O equilibrista caído.
O alegre emputecido.
O relógio, quebrado.

Mas o nervo já foi paciente.
A queda já foi equilíbrio.
A tristeza já foi sorriso.
O fim tempo foi.

E nós continuamos a esmo,
Sem tempo, sem equilíbrio,
Sem sorriso, sem nervo.
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Loucos...
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Imagem do artista Siro Anton


O que vocês entenderam da poesia acima? Como a maioria não comenta minhas postagens (muitos preferem utilizar o meu e-mail para fazê-lo), deixo-os a vontade, então, para registrar o que apreenderam do jogo de palavras que criei nesses versos. Aos que se sentirem desafiados, está feito o convite...
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Quem aqui é louco???

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Sorrir


O que te impede se sorrir? O que tanto te leva a chorar, ou a se irritar, ou a desistir de manter um sorriso na face?

Sorrir é o melhor remédio. Bom humor para encarar as situações da vida. Sorrindo, desviamos o foco do que é incômodo para o que é prazeroso; esquecemos o que não tem graça e focamo-nos no que é agradável; voltamos a entender o que realmente vale a pena na vida.

Temos todos os motivos para sorrir. O que nos falta, na verdade, compõe a nossa ânsia de querer sempre mais e de não nos satisfazer com o que temos. Por isso tanta impaciência, tanta violência, tanto mau humor.

Devemos sempre nos perguntar: O que mais vale a pena? (compartilhar sorrisos ou semear indiferença?)... O que levarei quando partir? (dinheiro? Ódio? Mau humor?)... O que quero deixar quando me for? (saudades? Boas lembranças? Amizade?)... Enfim, o que somos? O que queremos ser? Onde queremos chegar?

Embebido nesse clímax, divido aqui com vocês um e-mail que recebi da amiga Cíntya Veiga (link abaixo), na ânsia de que consigamos manter-nos sorridentes, afinal, motivos não nos faltam...
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domingo, 1 de junho de 2008

Liberdade


Quem não quer ser livre? Tem gente que não. Ontem, em Porto Alegre, um larápio decidiu invadir uma residência sem chamar atenção. Rumou pela chaminé, mas não conseguiu descer. Ficou entalado. E Foi preso.

Na Austrália, dois ladrões decidiram invadir uma casa quebrando o vidro da janela. Antes de adentrarem na residência, deram de cara com policiais que lá investigavam a denúncia de uma plantação de maconha. Os meliantes conseguiram fugir, mas foram presos dois dias depois.

Quem não quer ser livre? Tem gente que não gosta da liberdade (dos outros). Segundo uma pesquisa feita pela Associação Mundial de Jornais (WAN), nos últimos seis meses 28 jornalistas foram mortos no planeta. No Rio de Janeiro, jornalistas do periódico ‘O Dia’ foram seqüestrados e torturados quando faziam uma matéria numa favela. É a liberdade de imprensa refém da marginalidade.

Quem não quer ser livre? Eu quero! Por isso mesmo deixá-los-ei em total liberdade, como eu, para falar e fazer o que quiser - só não vão inventar de pular chaminés, invadir apartamentos, plantar maconha, torturar jornalistas...