segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Casados e Solteiros

Sexta-feira (15) foi o dia do solteiro. Pois é! Os ‘encalhados’ (por opção ou por falta de) puderam festejar mais um dia de liberdade, auto-suficiência, felicidade... Será mesmo?

Entre o matrimônio e o solteirismo habitam diferenças diversas. Do cônjuge e possíveis filhos às inúmeras responsabilidades familiares que daí provém, essas diferenças são tamanhas que poderiam resultar num livro, se assim eu fosse listá-las. Porém, meu objetivo aqui é a colocação do SER nesse contexto – casado ou solteiro.

Responsabilidade individual e coletiva, ética, moral, respeito, amor... Esses não são atributos do rótulo ‘casamento’. Alegria e felicidade são possibilidades, digamos, ‘anárquicas’. Evolução provém do sucesso em saber conviver com o outro, quer numa relação conjugal, quer numa amizade, quer no contexto social. Ser solteiro, assim, é tão somente uma situação circunstancial, mesmo quando esta permeia toda uma existência.

Por isso mesmo, deixo uma pequena anedota que muito bem expressa o fantástico dom do ser humano em conviver com o outro - no caso específico, marido e mulher. E dedico a historieta a todos os solteiros que festejaram a passagem de tão importante (?????) data...
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“Acordei com uma BAITA ressaca e, do lado da cama, tinha um copo d'água e duas aspirinas. Olhei em volta e vi minha roupa passada e pendurada. O quarto estava em perfeita ordem. Havia um bilhete de minha mulher: ‘Querido, deixei seu café pronto na
cozinha. Fui ao supermercado. Beijos’. Desci e encontrei uma mesa farta, café esperando por mim...

Perguntei à minha filha: ‘O que aconteceu ontem’? Ela respondeu: ‘Bem, pai, você chegou às 3 da madrugada, completamente bêbado, vomitou no tapete da sala, quebrou móveis e mijou na cristaleira antes de chegar ao quarto’. ‘E porque está tudo arrumado, café preparado, roupa passada, aspirinas para a ressaca e um bilhete amoroso da sua mãe’? – retruquei. ‘Bem, pai’ – ela respondeu: ‘É que mamãe o arrastou até a cama e, quando ela estava tirando a sua calça, você gritou: ‘NÃO FAÇA ISSO MOÇA, EU SOU CASADO!!!’...

MORAL DA HISTÓRIA:
Ressaca - $ 70,00
Móveis destruídos - $ 1.200,00
Café da manhã - $ 10,00
Dizer a frase certa no momento certo - NÃO TEM PREÇO!!!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Dual


Mole e duro. Podre e maduro. Lá e cá. Dia e noite. Céu e inferno. Terra e mar. Vida e morte. Seu e meu. Bonito e feio. Natural e artificial. Certo e errado. Longe e perto. Rápido e lento. Saúde e doença. Coragem e medo. Homem e mulher. Diabólico e divino. Limpo e sujo. Quente e frio. Escuridão e luz. Razão e emoção. Alto e baixo. Amor e ódio. Corpo e espírito. Alegria e tristeza. Positivo e negativo...

Contrastes. Desafios. Possibilidades. Tudo aqui é dual. Duas faces. Dois caminhos. Equilíbrio como solução. E é nesse passo que, ‘De 2 em 2’, precisamos ser mais...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Geórgia, a Prostituta


Ela, 22 anos. Jovem, pobre, prostituída, morta por uma bala perdida enquanto cruzava um bairro pobre na volta do trabalho. Independente, viu sua vida se esvair por conta da ignorância humana.

Ele, 16 anos. Jovem, pobre, prostituído, abalado por uma divisão étnica. Outrora algoz, agora vitimado pela mesma violência de antes. Independente, vê sua existência quase se esvair por conta da ignorância humana.

O que eles têm em comum? Ambos se chamam Geórgia: ela, uma prostituta vitimada pela guerra; ele, um país em conflito com a Rússia por conta das rusgas separatistas do passado. Direitos avocados de parte a parte e uma guerra desnecessária e inconveniente (assim como toda batalha o é), tamanha a falta de entendimento. E em tempos de ‘espírito olímpico’, isso soa um tanto absurdo.

Ainda que homônimos, as ‘Geórgias’ guardam entre si uma vital diferença: enquanto ela se prostituía para sobreviver, ele se prostitui por interesses egoístas e pela inabilidade de diálogo. E a Rússia, cafetina, continua usando da truculência (assim como faz com os seus) para acirrar os ânimos e tentar valer-se à força.

As prostitutas... A cafetina... E o mundo continua mesmo uma zona... Será que somos todos 'filhos da puta'?
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A história da jovem prostituta vitimada pela guerra é fictícia. O restante, não. Pois é... A ‘putaria’ continua...

domingo, 10 de agosto de 2008

Desigual e Dividido


Tropas reunidas. Soldados entrincheirados. Bandeiras em riste representando as nacionalidades. Comandantes à espreita, orgulhosos, aguardando o início dos combates. Quem vencerá esta guerra?

Delegações reunidas. Atletas enfileirados. Bandeiras em riste, representando as nacionalidades. Chefes de Estado atentos, orgulhosos, aguardando o início dos jogos. Por estarem ali reunidos, todos já são vencedores.

A abertura dos jogos olímpicos foi monumental. Acima de tudo, por reunir num momento ímpar gente de todos os cantos do globo terrestre, fazendo esquecer as mesquinharias políticas do cotidiano e focando, tão somente, no espírito olímpico.

Assistindo o desfile das delegações, não pude evitar um sentimento de emoção ao ver a alegria e a paz reinando entre os homens de boa vontade; uma visão, infelizmente, rara nesse nosso mundo dividido.

Pois é. Desigual e dividido. Esse é o mundo em que vivemos. Nações desconhecidas (Seychelles, Moldávia, Micronésia...) e segregadas (República Tcheca, Eslováquia, Sérvia, Montenegro...) dividindo espaço com os renomados e (teoricamente) unidos países. A medalha de ouro, assim, ganha conotação superior: a de simbolizar a vitória do esporte (e da paz) sobre a desigualdade (e a desunião).

Quando chegaremos lá?

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Antonimismo Supremo da Democracia


"Fui voto vencido. Mas assim é a democracia". Palavras do presidente do Superior Tribunal Federal, Ministro Gilmar Mendes, após a decisão da entidade de permitir que os candidatos com 'ficha suja' disputem as eleições deste ano.
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Como pleiteantes a cargos públicos eletivos, os candidatos com 'ficha suja', diferentemente de qualquer cidadão comum, só terão suas candidaturas impugnadas caso haja decisão judicial contrária definitiva. Isso segundo o entendimento do STF, que tratou de uma questão de extrema relevância cívica (e moral) com uma impertinente frieza técnica.
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E é aí que reside um antonimismo supremo da democracia: permitir que os votos de uma minoria - no caso do STF, o corpo maior do seu colegiado - decidam uma delicada questão nacional pela maioria. Tudo relativamente normal, democraticamente falando, não se tratasse de interesses específicos de uma classe marcada por frequentes escândalos de corrupção (a classe política), o que acaba tornando esse antonimismo absurdo.
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Porém, nas urnas, a maioria da nação poderá tornar inócua tal decisão, invertendo os papéis. Aí, só restará aos 'derrotados' o consolo expresso na máxima democrática evocada pelo Ministro Gilmar Mendes: "Assim é a democracia".

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Gente Como a Gente


Há quem pense que o ambiente profissional está dissociado da vida privada e social. A maioria pensa que o famoso é ‘diferente’, que o artista é de ‘outro planeta’, que o jogador de futebol tem que ser ‘perfeito’. Também, que o fã ou freqüentador de um determinado segmento artístico tudo pode. E o negócio não é bem por aí.

Escrevo hoje motivado pela situação de uma pessoa pública, um atleta em especial, um jogador de futebol, um homem como outro qualquer, chamado Roger. Sim, o atacante do Sport Recife. Sim, o jogador que já foi artilheiro em outros grandes clubes. Sim, ele mesmo.

Roger que chegou em Recife com fama de matador, mas que, ultimamente, vem ‘matando de raiva’ a torcida do leão por conta de tantos gols perdidos; Roger que entra em campo vestindo as cores rubro-negras, mas que tem recebido mais vaias que aplausos do seu torcedor - justamente quando mais tem precisado de apoio; Roger que é um ser humano como outro qualquer, mas que vem sendo achincalhado por uma significativa parcela de apaixonados torcedores do Sport; Roger que, segundo informações de bastidores, vem sofrendo como pai por conta da filhinha doente; Roger que humildemente tem pedido desculpas ao torcedor por não se encontrar em boa fase; enfim, Roger jogador, profissional, pai de família, homem de carne e osso.

Há quem queira se justificar: “Ele ganha uma fortuna por mês e está roubando o clube!”, grita um. “Ele tem que ser demitido já!”, esbraveja outro. “Roger é um câncer no meu time”, exagera mais um. “Pode botar a minha avó em campo que ela vai jogar melhor que ele”, tripudia outro. E o homem Roger? Onde e como fica?

Longe de aqui querer exercer defesa ao jogador, faço, sim, uma defesa ao ser humano. Quem tem o direito de vilipendiar outrem? Quem se acha tão bom a ponto de acreditar que uma fase ruim lhe é impossível? Quem pensa que tem o direito de amiudar um semelhante? Quem costuma apoiar o outro quando algo não está bem? Quem tem agido com o seu próximo, em momentos difíceis, com sentimento fraterno? Quem?

Futebol é esporte, cujos protagonistas são gente como a gente. Bem aqui, mal acolá... E assim a vida segue. Contudo, vale lembrar que o mundo é uma grande casa e que todos somos de uma mesma família. Roger, Enílton, Carlinhos Bala, Nelsinho Baptista... Não importam nomes, cores, nacionalidades, religiões. Importa saber quem e o que somos - irmãos ou algozes?

É como disse certa vez um certo homem inteligente: ‘Quem não tiver pecados, que atire a primeira pedra’. Quem se habilita a ser o primeiro, então?

domingo, 3 de agosto de 2008

O Lado Escuro da Lua...

“Não existe lado escuro da lua; na verdade, ela é toda escura...”
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A frase que fecha o disco mais vendido da história, ‘Dark Side of the Moon’ (traduzindo: ‘O Lado Escuro da Lua’), do Pink Floyd, é desafiante. Principalmente quando vemos a imagem que ilustra esse post e que mostra um flagrante fantástico do eclipse solar acontecido na última sexta-feira (01/08).

Enquanto a citada lua obscurecia momentaneamente o sol, um homem armado com uma grande faca furava e decapitava um passageiro num ônibus no Canadá, mostrando o seu lado mais sombrio. Calmo, exibiu a cabeça da vítima aos outros passageiros, como quem fazia questão de ofuscar a luz do dia.

Paradoxalmente, Pequim viu pela primeira vez em dias um por do sol, horas antes da lua ofuscar-lhe o brilho no dia seguinte. A poluição tem sido uma sombra permanente na China, fruto do descaso com o meio ambiente, como que fazendo questão de mostrar o nosso lado mais escuro.
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No Guarujá, em São Paulo, curiosamente no mesmo dia em que a luz do sol sucumbiu ante a presença da lua, um homem atirou na própria cabeça enquanto fazia uma mulher como refém. A luz sobreviveu, ofuscada pela escuridão de um desatino.

É... O eclipse solar findou, mas a escuridão parece persistir nesse contrastante planeta. Olho agora para o céu e vejo um sol tímido sob as nuvens... Onde está a nossa luz?

terça-feira, 29 de julho de 2008

Candeeiro Encantado


Quem foi o denominado ‘Rei do Cangaço’? Herói ou vilão?

Nascido em 1898, Virgulino Ferreira foi uma criança normal e um adolescente trabalhador, ajudando com a lida nas terras da família. O pai, José Ferreira, era cidadão pacato. A mãe, Maria Lopes, uma dona de casa de temperamento forte e que sempre ensinou aos filhos não baixar a cabeça pra ninguém.

Cansado da miséria e do descaso das autoridades com o seu povo, Virgulino decidiu entrar para a luta após o covarde assassinato do seu pai. Ele, na época, teria dito: "A partir de hoje vou lutar até morrer". Assim nascia Lampião e o mais temido bando do Cangaço, dedicado a combater a miséria e a opressão através do medo e da força. Nesse sentido, vale salientar que o Cangaço foi, antes de tudo, um movimento social, especialmente contrário à política de latifúndio e às condições sociais da região (se hoje ainda está essa bagunça, imagine há 70 anos atrás?).

Lampião e seu bando promoveram saques a fazendas, atacaram comboios, seqüestraram fazendeiros, usaram da violência para conseguir respeito junto à população - esta, por sinal, vivia dividida entre a sensação de ter um ‘herói revolucionário’ e um justiceiro cruel e sanguinário. E essa vida nômade e arriscada findou em 29 de julho de 1938, quando, numa emboscada, Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros foram assassinados a tiros e tiveram suas cabeças decepadas e expostas em locais públicos.

Com a morte nasceu o mito. Setenta anos após seu falecimento, Lampião ainda figura na história brasileira como um ser ímpar, dotado de muita inteligência tática e senso social. E como qualquer mito, muitas inverdades já foram contadas a seu respeito. Contudo, uma coisa permanece intacta: o orgulho de grande parte do povo nordestino de um cabra macho que lutou pela justiça, ainda que do seu modo sangrento. É como disse Lenine na música ‘Candeeiro Encantado’:

“Já foi-se o tempo do fuzil papo-amarelo
Pra se bater com o poder lá do sertão
Mas Lampião disse que contra o flagelo
Tem que lutar com o parabelo na mão”...

sábado, 26 de julho de 2008

O Mais Importante...


Os órgãos se reuniram numa noite em que o corpo dormia. O reboliço se deu por conta do coração, que, instantes atrás, afirmara categoricamente que era ele próprio o órgão mais importante do corpo humano. A inesperada ‘conferência’ atraiu um público absoluto.

O cérebro pediu a palavra e enfatizou: “Eu sou o órgão mais importante! Sem mim, o corpo não passa de um vegetal”. Tumulto no recinto. E enquanto cérebro e coração duelavam com palavras outras, o pâncreas interferiu: “De maneira nenhuma! Eu sou o órgão mais importante!”, afirmou. E o bulício perdurou.

No fundo do recinto, o ânus levantou a mão e pediu a palavra. Somente isso já fora suficiente para o ambiente silenciar, tamanha a ousadia e imprevisibilidade. Mansamente, o ânus falou: “Ainda que eu seja um mero orifício, afirmo: eu sou o mais importante do organismo...”. Gargalhadas invadiram o ambiente. Chacotas foram proferidas. Tentativas de humilhação foram direcionadas ao ousado orifício. Mantendo a calma, o ânus respondeu com uma atitude radical: enfiando o dedo na boca, prendeu a respiração e garantiu que, assim, nada mais passaria por ele.

Ignorado pela maioria dos órgãos, ele manteve-se prostrado enquanto a discussão continuava. Mas o tempo foi passando. Algumas horas depois, a ousadia do ânus passou a fazer efeito: o caos foi se instalando aos poucos naquele organismo. A pressão interna foi aumentando. A cada minuto que passava, os órgãos sentiam acentuar o incômodo. A essa altura, o coração saltitava num ritmo frenético. O cérebro estava à beira do desmaio. O intestino parecia que ia explodir. E o corpo mergulhava num profundo desequilíbrio.

No auge do caos, os órgãos voltaram atrás e decidiram aclamar o ânus como o órgão mais importante do corpo humano. Satisfeito, o orifício aliviou e comemorou aquela suada conquista, mostrando que, numa coletividade, todos têm a sua devida importância...
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E aí? O que (ou quem) é mais importante? Quem está no topo? O que em cima está ou que lá pelo fundo se encontra? Temos sido justos nesse contexto? Vale a reflexão...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Kuriasky!!!


Danou-se! Na Tanzânia, estão ‘caçando’ pessoas albinas para realização de bruxaria! Lá, onde essa prática tem grande apelo, os intitulados bruxos dizem que poções feitas de pernas, cabelos, braços, sangue e mãos dos albinos podem deixar uma pessoa rica. E isso motivou a polícia local a investigar uma possível rede criminosa por trás desse tráfico de órgãos. Kuriasky!!!

No Brasil (em Minas Gerais), uma cadela de raça mestiça salvou um bebê da morte! Xuxa (o nome dela, muito apropriado por sinal - Eita!) latiu pra valer durante a madrugada, levando sua dona a soltá-la pra saber o que estava acontecendo. A cadela correu e arrastou uma caixa de papelão que estava na rua. Dentro dessa caixa estava um recém-nascido abandonado, que de pronto foi socorrido pela dona da cachorra heroína. Kuriasky!!!

Para completar, em Tóquio (Japão), ursos polares estão chupando ‘picolé’ para aliviar o forte calor! No último fim de semana os tratadores de um zoológico decidiram tentar diminuir o sofrimento dos animais, acostumados a temperaturas abaixo de zero, com picolés improvisados. Dentro de grandes blocos de gelo estavam frutas e outras iguarias. E enquanto os ursos se ‘entretinham’, os visitantes se divertiam com a inusitada cena. Kuriasky!!!

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O que? Não sabe o que é Kuriasky? Ah! O palavrão é meu, pô, e daí???