sábado, 4 de outubro de 2008

Justo Veríssimo Vive!


“Eu odeio pobre! Eu quero que o pobre se exploda!”. Quem não lembra do personagem de Chico Anísio, genial caricatura dos políticos brasileiros? Pois é. Justo Veríssimo vive! E é nele que eu vou votar!

Juro que tentei pensar diferente. Olhei atentamente para as propagandas, busquei informações na internet, tente descobrir um que fosse no horário eleitoral gratuito. Em vão. Eleitor em Olinda e defensor do voto como ferramenta de transformação pelo cidadão, curvo-me à falta de opções para votar com coerência.

Perdoem-me os possíveis bons políticos (seria isso um paradoxo?) que aí estão pleiteando vaga no poder público, mas ocultar-me-ei nessas eleições. Vou amarelar - aliás, branquear. E tudo por não enxergar o perfil sério, honesto e trabalhador que esses cargos demandam, afinal, votar em branco soa mais ‘justo’ que eleger quem não considero ideal. Por isso mesmo reafirmo: Justo Veríssimo vive! E é nele que eu vou votar!

É isso. Vou dar a ele o meu voto. Branco. Da cor do preconceito social que ele pregava e que tão bem refletia (e ainda reflete) a classe política brasileira. Branco neles! E os políticos, então, “que se explodam”!

3 comentários:

  1. Meu prezado amigo
    Votar em branco ou anular o voto não significa deixar de votar.
    Qualquer destas atitudes resultam em favorecimento direto ou indireto à algum candidato.
    Gostaria neste momento de declarar meu voto, não farei para não parecer atitude eleitoreira. Jamais deixarei de votar, pois a alternativa seria a revolução que infelizmente no momento não existem condições históricas para implementá-la.
    Você está esquecendo que ser cidadão, e é isto que estamos precisando, inclui o direito cívico do voto. Se os que lá estão não cumprem com os seus deveres, em parte somos culpados, enquanto sociedade, por ter escolhido errado e inclusive por deixar de votar.
    Sei que você é uma pessoa séria, como são os poetas, todos. A revolta e o desencanto eu entendo, é normal nestes dias de incerteza, mas peço, reflita sobre seu gesto. Não vou pedir um voto para este ou aquele, vou pedir: Vote!
    Um grande abraço deste seu fã, e leitor.
    Paulo Carvalho

    ResponderExcluir
  2. Pois é, amigo Paulo. Você resumiu bem a minha situação: "desencanto". E ainda que concorde com seus argumentos (especialmente que "ser cidadão, e é isto que estamos precisando, inclui o direito cívico do voto. Se os que lá estão não cumprem com os seus deveres, em parte somos culpados, enquanto sociedade, por ter escolhido errado e inclusive por deixar de votar"), confesso a minha fraqueza de momento. Veremos se daqui para a sessão eleitoral eu consigo mudar de idéia...

    Grande abraço!

    ResponderExcluir
  3. Sidão, há poucos dias eu postei no meu Blog o texto "Filosofias Urbanas I". Reproduzo, aqui, uma das verdades gravadas em um muro do bairro do Pina, mais precisamente na comunidade do Bode, uma das mais carentes da nossa Cidade: "Todos prometem e ninguém cumpre. Vote em ninguém!"
    Foi o q eu fiz. Votei em ninguém. Se isso favoreceu a algum político escroto - todos eles - não importa. Foi a forma que encontrei para expressar todo o meu descontentamento e asco. E para rimar, eu temo o fiasco...

    ResponderExcluir