O
momento musical nosso é pobre. Pouco se faz do novo. Pouco se ousa. Muito se
banaliza. O mercado dita as regras da mesmice e os formatos pré-concebidos se
perpetuam.
Nesse “mar”
sonoro, vez por outra alguém mexe no “caldo”. Chico Science foi um desses.
Misturou um monte de coisas e adicionou novo tempero. Deu oxigênio à música
nacional lá pelos meados dos anos 90. E, de lá pra cá, têm surgido alguns
interessantes projetos inspirados nesse conceito de renovação.
A banda
pernambucana Januários faz parte desse time. Na estrada desde o início desse
ano para tal fim (pois já existia tocando Rock’n Roll), uniu o peso do Rock ao
baião de Luiz Gonzaga e trouxe algo inusitado. “Isso dá rock, velho?”, você
pode se perguntar. Para as cerca de 2000 mil pessoas presentes no show de
estreia, na concha acústica da UFPE, dá sim. E com a verve irreverente que o
velho Lua tinha como marca.
Após
seis meses de laboratório e gravações, a banda está divulgando o primeiro CD e
agendando shows por onde der pra tocar. E tem dado rock, sim senhor, com a
sensibilidade de Luiz Gonzaga soando com voz rouca e guitarra afiada puxando o “fole”.
Ponto pros caras.
De
Chico a Januários há, claro, uma grande diferença de proporções – aqui não cabe,
nem caberia, qualquer tipo de comparação. E talvez você questione o porquê de
rock com baião e que esse tipo de mistura não é lá tão novidade. Pode ser. Mas
que ouvir Gonzagão ao som de guitarras é pra lá de interessante, isso é. Ponto
pros caras.
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