terça-feira, 26 de janeiro de 2010

180


Não é nenhum número cabalístico. Nem um quantificador do que quer que seja. 180 é, na verdade, o número do serviço da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, que orienta vítimas da violência. Um número fundamental, especialmente por conta do momento atual.

Para se ter uma idéia, a cada 15 segundos uma mulher é agredida em todo o mundo. No Brasil, cada vez mais casos ganham repercussão na mídia – vide o recente assassinato de uma cabeleireira pelo seu ex-marido em Minas Gerais, crime flagrado pelas câmeras do salão de beleza em que ela trabalhava.

Segundo pesquisa do IBOPE, encomendada pelo Instituto Avon, que entrevistou 2000 pessoas com mais de 16 anos de idade, em todo Brasil, no ano de 2008, 56% dos entrevistados acreditam que a violência doméstica contra as mulheres é o problema que mais preocupa a brasileira; 56% não confiam na proteção jurídica e policial; 51% defendem a prisão como punição aos agressores.

A pesquisa também identificou que 39% dos que conhecem uma vítima de violência tomaram alguma atitude de colaboração com a mulher agredida. E esse é um dado fundamental, pois em muitos casos o medo e o ‘amor’ pelos agressores fazem a mulher não gerar nenhum tipo de denúncia, o que torna a ajuda de terceiros indispensável.

O número de denúncias de agressões contra mulheres vem crescendo, é verdade. Mas ainda está muito aquém da realidade violenta, mesmo com a Delegacia da Mulher. Denunciar os agressores, cobrar das autoridades providências e se informar sobre como proceder em momentos de ameaças e agressões é fundamental.

O número 180, assim, não é nenhum número cabalístico. Nem um quantificador do que quer que seja. É, sim, uma ferramenta de suma importância para ajudar a acabar com essa covardia masculina.

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