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Era uma manhã sombria. O mundo fervia há milênios...
Foi quando um fenômeno inédito rasgou os cinzentos céus do planeta Terra. Uma fenda iluminada se abriu. Imagem extasiante, mas que passou incólume a toda cega humanidade. Bom, a quase toda ela, pois eu, sim, a tudo vi. Foi como se o tempo tivesse cedido a tão extraordinário fato. E enquanto olhava àquilo tudo impressionado, percebi então o fabuloso diálogo...
- Senhorita Liberdade, sou o Senhor das Palavras! Aquele que sempre tenta bailar junto a ti, na ânsia de descrever-te. Mas... Como definir-te? Sigo unindo letras, a tentar decifrar-te. Donde vens? Quem és? Como chegaste até aqui?
- Sou a Senhorita Liberdade, como bem disseste. O que queres tu de mim? Deixas-me bailar! Não me venhas tolher com tuas vãs divagações gramaticais!
- Palavras sou. Palavras escrevo. Palavras que se soltam de mim. Palavras que se perdem no afã de saber apenas quem és.
- És hábil com elas, reconheço. Contudo, cuidado! Sabes mesmo utilizá-las até mim?
- Sim! Sou o Senhor das Palavras! Aquele que busca a redação. Eu, que me encontrava um tanto dicionário. Eu, que não esperava encontrar-te assim, tão visível em mim. Palavras vêm e vão. Preciso de ti para seguir adiante! Em que página estamos?
- Nas páginas do incontido, Senhor! Em mim nada se aprisiona. No éter do espaço imensurável vivo, provocando apenas os ousados seres que acabam por me enxergar ante tanta cegueira. Senhor das Palavras, podes ser perigoso! Palavras livres, livres palavras... Quem te segura?
- Nunca dancei. E agora me pego a bailar contigo. Liberdade e palavras, nós, tão distantes e tão próximos, ora escritos, ora verbais, ainda incógnitos. Como poderei definir-te se jamais a tive?
- Palavras são cegas. Os homens também. Permeio a tudo e ainda assim tão ignorada sou. Cuidado com as tuas palavras, Senhor! Muito mal já se foi feito com elas!
- Liberdade... Quem te alcança???
Quem sou? Chamo-me esperança. E cá estou, livre, mas aprisionado em vossas próprias divagações.
As manhãs permanecem sombrias. O mundo ferve há milênios...
Texto moderno,sensacional como tudo q/ escreves.
ResponderExcluirA Senhora Liberdade sempre lutando para sobreviver.
Abração
Ela vencerá! Creio!
ResponderExcluirMuito bommmmmm.
Maravilha, Miriam e Luiza! A esperança é a última... E não morre!!! Abraços! Valeu!
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