
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Reticências

quarta-feira, 22 de junho de 2011
A Força do Exemplo

“Se cada um trabalhasse seriamente na sua própria perfeição, a perfeição do mundo seguir-se-ia automaticamente”. (Mirra Alfassa)
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Máscara. Palavra que remete imediatamente à hipocrisia. Seu sentido, contudo, vai muito além. Especialmente nesse reino de máscaras. E a força do exemplo aqui entra com total precisão.
O exemplo é fruto de um árduo esforço interior. Falar, cobrar do outro, criticar... Tudo isso é muito fácil. Difícil é agir com imparcialidade em relação a si próprio. “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, assim, deveria ser lenda.
Trazendo o assunto à atualidade, vemos o exemplo de um político (pois é! Pasmem!). O Deputado Federal José Antônio Reguffe (PDT-DF), alvo de matérias na imprensa por abrir mão de uma série de verbas absurdas que nossos ‘carentes’ deputados usufruem com o nosso suado dinheiro. Deputado mais votado no país nas últimas eleições (proporcionalmente) chegou logo dando exemplo. Ponto pra ele. A notícia não é nova, mas suas atitudes sim. Resta saber se isso tem fundamento moral ou se é mero jogo de cena.
A verdade é que a nossa sociedade carece de bons e sinceros exemplos. Dentro e fora dos lares. A nossa grande máscara sobressai-se à verdade. Os interesses pessoais sobrepujam-se aos coletivos. E assim o nosso reino segue à deriva.
Abaixo as máscaras! Sim à nova ordem!!!
(quem já leu "O Rei, a Sombra e a Máscara" entende o que estou dizendo...)
quinta-feira, 2 de junho de 2011
{Videoblog} O Caos em Nós
"O tempo destrói tudo aquilo que ele não ajudou a construir". (Emmanuel)
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O trânsito é, talvez, a melhor expressão humana. Nele, todos acabam revelando o que realmente são. O caos é espelho. Acidentes, frutos da imprudência, desatenção ou impaciência. Os conflitos retratam a exteriorização do caldeirão de desequilíbrio que ferve em cada ser. A desarmonia, fruto desse equivocado modo de vida.
Emaranhados em nossa própria incapacidade, combatemo-nos. Externamos toda desarmonia e voracidade que nos compõe. Exteriorizamos nossas ilusões materiais, emocionais, afetivas. Aceleramos. Buzinamos. Invadimos. Desrespeitamos. O caos em nós.
Não bastassem tantos ingredientes, ainda há aqueles que temperam o caos com álcool e outras drogas. E o resultado se resume em uma única palavra: dor.
O vídeo abaixo exprime com maestria tudo isso. Foi uma campanha de final de ano produzida pela TAC - Transport Accident Commission, da Inglaterra. Como se poderá perceber, o efeito foi drasticamente positivo em terras inglesas. E espero que também ajude a conscientizar a quem assisti-lo. Extraordinário...
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Crianças Vêem
Quando tinha uns nove anos de idade, meu pai foi me buscar na escola. Chovia torrencialmente. No caminho, vi uma colega de sala caminhando com certa dificuldade por conta do aguaceiro, sob um delicado guarda-chuva. Passei por ela no conforto do veículo. Ela me viu e acenou. Eu sorri e apontei com certo sarcasmo, meio que zombando da situação.
O carro estava rápido. Meu pai percebeu minha reação e me questionou. Ao saber do que se tratava, repreendeu-me. “Por que não me pediu para dar carona a ela? Nunca mais faça isso. Aprenda a ajudar a quem precisa”. Senti-me culpado, mas nunca mais esqueci a lição.
Adultos são falhos. Seres humanos são falhos. Contudo, não há força maior do que o exemplo. Crianças vêem. Espelham-se. Serão adultas. Que exemplo estamos dando a elas?
O vídeo abaixo é uma produção da Children Friendly, da Austrália. Vale a pena assistir...
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Uma Crônica Curta

Fim. A morte chega para todos. Não adianta atrasar o relógio, nem reduzir o passo. Adianta, sim, chegar ao fim, como se fosse isso natural – e o é.
Num mundo cada vez mais fast, se morre por falta de food. A desigualdade contrasta em muito com os lucros da deturpada globalização. E ainda que ‘sem fronteiras’, o mundo continua dividido por numerais ordinais.
Fim. Talvez seja essa a morte da coletividade. E nem sequer aprendemos a começar...
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Somos Todos Prostitutos?
“Os mortais comuns permitem que suas almas vivam como egos emaranhados na carne, não como reflexo do Espírito ou verdadeira alma”. (Paramahansa Yogananda)

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prostituição (u-i) prostituir + -ção (s. f.)
Ato ou efeito de prostituir; atividade de quem obtém lucro através da oferta de serviços sexuais; vida desregrada de devassidão = libertinagem; o conjunto das pessoas que se prostituem; Profanação; servilismo degradante. (Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)
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Estamos em maio. A Semana Santa passou. O Dia das Mães está aí. E no clima de santidade e de amor materno questiono: somos todos prostitutos?
Num planeta onde a falta de sentido coletivo impera, tirar vantagem tornou-se modo de vida. Ganhar à custa de quem quer que seja. Na política. Na religião. No trânsito. No trabalho. No lar. Não há barreiras.
Exemplo em voga , Osama Bin Laden foi (ou é?) um grande prostituto. Comandando tantos outros movidos por interesses meramente ‘egóicos’. Ficou mundialmente famoso por infligir ousadas e consideráveis baixas aos EUA (que, pela posição de comando no globo, podem ser considerados uma pátria da prostituição) -, irmãos contra irmãos prostituídos pelo equivocado sentido de poder.
Um exemplo dentre outros bilhões que somos. Eu. Você. “Vivendo como egos emaranhados na carne”. Ganhando a qualquer custo – conforto em detrimento da qualidade de vida do planeta, comodidade própria em detrimento do outro, satisfação dos desejos pessoais em detrimento das necessidades do próximo, foco individual em detrimento do coletivo etc.
Entre casamentos reais (e plebeus), corrupção, violência, bebês abandonados e tanto outros absurdos cotidianos - corriqueiros! -, encontro a palavra prostituição como ideal para a nossa vida moderna. Em seu sentido mais amplo. Muito além do meretrício. Sintonizada, também, com essa geração que exercita o sexo como satisfação dos prazeres pessoais, colocando-o acima do amor e do respeito ao semelhante.
É. Estamos em maio. A Semana Santa passou. O Dia das Mães está aí. E no clima de santidade e de amor materno questiono: somos todos prostitutos?
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Um Mundo Fragmentado

A aldeia global já era. Conversa tola de quem sempre quis “ocupar” o planeta. A internet é uma ilusão dessa chamada globalização – um globo, literalmente, virtual.
O ser humano não é coletivo.
O globo terrestre não é unificado.
Vivemos, então, num mundo fragmentado.
É uma lástima perceber, seja em que país for, que os ditos cidadãos não são afeitos a hábitos saudáveis. Nem à comunhão fraterna. Muito menos à consciência coletiva.
O capital reina - pobre. Os interesses econômicos se sobrepõem às reais necessidades. Os prazeres sensoriais dominam cada ser. O “meu” ocupa o lugar do “nosso”.
O mundo sofre. Os animais sangram. Os menos abastados apenas sobrevivem. O meio ambiente sufoca. O planeta definha. E tudo por conta dos tais humanos.
Vivemos, então, num mundo fragmentado.
O globo terrestre não é unificado.
O ser humano não é coletivo.
A aldeia global já era. Conversa tola de quem sempre quis “ocupar” o planeta. A internet é uma ilusão dessa chamada globalização – um globo, literalmente, virtual.
E cá estamos nós. Virtuais...
quinta-feira, 3 de março de 2011
IML

O corpo era tratado como divindade. Excessivas horas de academia garantiam contornos musculosos, bem como olhares fulminantes – e, por que não dizer, muitos elogios. Sobre a delineada musculatura, uma pele aveludada e perfumada aparecia altiva. Centenas de reais eram gastos por mês em cremes e massagens especiais, responsáveis em sua maior parte pela exuberância da tez.
Pêlos no corpo não havia. Duas sessões por semana de depilação e a bela carcaça, lisa, despertava inveja. Sobrancelhas, buço, pernas, virilha, axilas... Nada ficava impune aos processos depilatórios, ‘necessários’ para um visual ‘perfeito’.
Tanto zelo, somente com muitos recursos. A riqueza oriunda da nobre família era o suporte. E o corpo, tão cultuado, era tudo.
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A saída do campo de futebol não estava nada fácil. A grande quantidade de pessoas no tumultuado clássico, somado à exacerbação dos ânimos, fazia do clima quente daquele início de noite ainda mais sufocante. E o gol de pênalti, que garantiu a vitória numa jogada duvidosa, no último minuto de jogo, contribuiu para acirrar a rivalidade entre as torcidas.
Alheio à revolta dos torcedores adversários – perdedores na partida recém terminada –, ele saiu do campo se espremendo pelo pequeno portão. O estádio do rival era grande, porém, deveras desorganizado. O semblante de satisfação contrastava com as momentâneas dificuldades de locomoção. Conduzido pela massa num grande empurra-empurra, ele enfim chega à rua e busca a direção do estacionamento em que deixara seu veículo.
Do lado de fora do estádio, o clima era de provocações entre os torcedores. O medo de possíveis arruaças o impeliu a agilizar a andança. Cinco passos, porém, foram suficientes para conduzi-lo ao centro de um grande tumulto que estava prestes a se formar: duas torcidas organizadas adversárias frente a frente estavam, pedras e rojões na mão, desafiando-se num confronto, para ele, inesperado. O clima festivo de outrora cedeu de imediato ante o perigoso momento. Aflito, tentou proteção por detrás de um caminhão logo que a primeira pedra foi atirada. Daí por diante, só selvageria.
Ainda que acuado, não hesitou em agir: correu entre os briguentos na ânsia de chegar ao outro lado da rua. Desviou de um paralelepípedo e de uma cadeira que em sua direção fora arremessada. Só não conseguiu desviar do tiro de rojão que lhe acertou em cheio a cabeça. A explosão do fogo de artifício foi-lhe fatal, constatação feita por um policial que chegou momentos depois, juntamente com outros soldados, para dispersar os vândalos e prender os delinquentes. A diversão, assim, acabou em tragédia.
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O corpo do vaidoso jovem chega, enfim, ao Instituto Médico Legal. Após horas de espera, a mãe reconhece o cadáver do filho. Inconformada, não se contém ao ver tamanha beleza desperdiçada. O filho querido já se fora. E o corpo, tão cultuado, nada mais era...
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Seis Séculos e Fogo

A noite caía infalível. Na Praça do Rosário, em Caruaru, a adolescente de 14 anos sentia-se mulher. Atraída pela ousada proposta de um homem em sua moto, partiu na garupa rumo a um programa que prometia. E foram juntos, ao que tudo indicava, na ânsia por ‘diversão’.
Seis séculos antes, um homem decidiu caçar na cidade de Plácido, na Itália. Atraído pela emoção da caçada, danou-se a explorar suas habilidades. Partiu valente. E foi montado em inconsequência, ao que tudo indicou, na ânsia por ‘diversão’.
Era 19 de fevereiro.
Em Caruaru, a noite não poderia ficar às escuras. Num sítio localizado na Zona Rural da cidade, o motoqueiro despiu-se de humanidade. Estuprou a adolescente com violência e ateou fogo ao corpo dela antes de fugir, sem deixar rastro.
Em Placência o fogo também surgiu, por mãos inconsequentes. Nas imediações da cidade, as chamas involuntárias se espalharam e causaram enorme prejuízo aos moradores. Atônito, o homem fugiu sem deixar rastro.
Era 19 de fevereiro.
Seis séculos e fogo. Se de um lado a crueldade e a falta de humanidade imperaram absolutas, de outro a imprudência foi o mote. E enquanto o motoqueiro continua foragido, o italiano, ao saber que um inocente havia sido acusado e preso, voltou, assumiu a culpa e utilizou seus fartos recursos financeiros para indenizar os prejuízos.
O motoqueiro, se pego, terá seus minutos de “fama” policial e ficará marcado como nefasto assassino. O italiano, que depois do ocorrido dedicou a vida aos semelhantes, ficou conhecido como São Conrado de Placência, beatificado pela Igreja Católica.
O passado e o presente, assim, se tocaram nesse 19 de fevereiro. O fogo foi elemento comum – os atos e consequências, não.
É... Os tempos mudaram...
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JC ONLINE - Adolescente estuprada e queimada em Caruaru continua em estado grave
Pernambuco.com- Adolescente queimada, espancada e estruprada tem quadro estável
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Um Sonho Chamado Terra

Terra. O planeta em que vivemos. Um sonho do Criador visando estágio probatório. Belo. Materno. Ilusório.
A cada dia a realidade onírica que aqui vivemos se torna mais clara. Vivemos num mundo de ilusão. Vivemos a realidade enquanto dormimos e sonhamos quando estamos acordados. E a maioria dos seres aqui viventes sonha perdida nas pegajosas tentações sensoriais.
O poder. O dinheiro. A fama. Ilusões que cegam...
Às vezes bate um desânimo. Ver os representantes do povo esforçando-se para enriquecer (ilicitamente), em detrimento do real poder de fazer algo pelo ‘todo’. Empresários esforçando-se pelo lucro demasiado, perpetuando a absurda má concentração de renda em todo o globo. Até os cidadãos comuns, abdicando da luta pela honestidade ao aderir aos ‘fáceis’ caminhos do dinheiro.
O poder. O dinheiro. A fama. Ilusões que cegam...
Mas, claro, há aqueles resistentes. Que não desistem da realidade divina que nos compõe. Que preferem ocultar-se nesse mundo fantasioso, ao invés de mergulhar nele. Que não abrem mão do que é lícito, ainda que não exista aqui perfeição. Enfim, seres humanos (sim! Ainda há seres humanos nesse planeta!).
O desânimo, assim, vira ânimo. Para seguir em frente. Compreendendo que esse sonho terreno é mesmo passageiro e ilusório. E absorvendo a ideia de que, sim, estamos aqui porque precisamos. E temos, todos, uma importante missão a cumprir – quer estejamos conscientes disso ou não.
Vamos em frente. Vivendo esse sonho chamado Terra...